Atual campeão Sul-Americano, Pedro volta à competição após se recuperar de uma lesão na lombar. O atleta diz que chega preparado após o ‘teste’ no Troféu Adhemar Ferreira da Silva
80 metros e 26 centímetros: Esta foi a marca que Pedro atingiu em 2023 quando conquistou o título Sul-Americano, no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP), em São Paulo (Foto: Divulgação)
Defendendo o título sul-americano do lançamento de dardo, Pedro Henrique Nunes entra em ação neste domingo em Mar del Plata, na Argentina. A prova do lançamento de dardo acontece a partir das 14h (horário de Manaus) e o objetivo do amazonense é tentar se superar após voltar de lesão para fazer um bom resultado e, assim, pontuar no ranking mundial, em busca de uma vaga para o Campeonato Mundial de Tóquio. A TV Atletismo Brasil, canal da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) no YouTube, em parceria com a Federação Sul- -Americana, transmitirá ao vivo a competição, com narração em português.
No ano passado, Pedro teve uma lesão na lombar e passou alguns meses parados, em tratamento, além de oito meses sem fazer lançamentos completos por conta da recuperação. No início do ano, o atleta, que faz parte do Clube Pinheiros-SP, e é treinado pela técnica Margareth Bahia Hayden, voltou aos treinos já de olho no Sul-Americano. O primeiro teste foi o Troféu Adhemar Pereira da Silva, que aconteceu no fim de março, em São Paulo, e Pedro terminou na terceira colocação, com uma marca de 74,61 metros.
“O Troféu Adhemar foi para dar início ao ano e não era o meu foco, pois não estava lançando ainda. Para o Sul-Americano, estou mais preparado e espero que venha um bom resultado e, de fato, possa iniciar minha temporada de 2025. Serviu para ver como estava meu corpo após a lesão e não chegar na Argentina sem saber o que vinha pela frente”, explicou Pedro.
Além de testar o nível físico de Pedro, o desempenho no Troféu Adhemar também serviu para que a treinadora Margareth Bahia Hayden visse o que precisava ajustar na preparação do atleta visando o Sul-Americano.
“Participar do Troféu Adhemar é sempre importante, porém para nós era uma avaliação pós lesão e oito meses sem fazer um lançamento completo. A partir daí foi possível verificar as alterações necessárias tanto na preparação física quanto na parte técnica”, comentou a treinadora.
Para Pedro, a preparação foi boa e os testes feitos, proveitosos. Com isso, ele diz que chega para o Sul- -Americano focado em fazer um bom resultado.
“Chego bem, com cabeça focada em iniciar bem esse ano e fazer uma boa marca que possa me levar ao topo do ranking mundial também. Estou bem preparado, treinei bem para estar aqui e domingo vamos ver o que nos espera. As condições aqui não são tão favoráveis por causa do frio, mas é isso, não escolhemos competição, clima. Temos que enfrentar as condições adversas”, disse o atleta. De acordo com o Climatempo, a previsão é de mínima de 9°C e máxima de 17° no dia da prova. Para a treinadora de Pedro, o foco é importante para que ele garanta a vaga para o Mundial e melhore a marca pessoal dele. A melhor marca de Pedro é 85,11 metros, conquistada em 2024.
“Esperamos que Pedro possa estar confiante e confortável para lançar no domingo, apesar das adversidades, pois vai competir no último dia do evento e ter que estar lá treinando em condições nem sempre ideais. Então, o que esperamos é que ele se mantenha focado e faça o melhor possível nesse momento. Ainda temos muito que evoluir esse ano, nosso objetivo é garantir vaga para o Mundial e melhorar a marca pessoal”, disse Margareth.
Os principais adversários de Pedro no lançamento de dardo são Lars Anthony Flaming, do Paraguai, campeão sul-americano sub-23 que tem como melhor marca pessoal 79,74 m (2025, Brasil); Leslain Alvin Baird, da Guiana, recordista nacional com 78,65 m (2018, Cochabamba); e Lautaro Techera, do Uruguai, recordista de seu país com 75,41 m2024, Assunção). Vale salientar que Lars Flaming competiu no Troféu Adhemar e ficou com a segunda colocação, fazendo a marca de 79 metros 74 centímetros.
O recorde do campeonato é do brasileiro Julio César Miranda de Oliveira (campeão mundial sub18 e vice-campeão mundial sub20), com 81.22 m (Lima, 2015). O brasileiro Luiz Fernando da Silva tem seis medalhas no dardo sul-americano (3 de ouro, 1 de prata e 2 de bronze). O Brasil tem 15 títulos (medalhas de ouro) na história da prova na competição continental e 39 medalhas no total.
No Time Brasil, outros dois atletas competem na prova: Luiz Maurício, que foi o vencedor do Troféu Adhemar com a marca de 82 metros e 3 centímetros. O mineiro de Juiz de Fora é o atual detentor do recorde sul-americano, com 85 metros 91 centímetros. Ele também se classificou para a final do dardo nos Jogos Olímpicos de Paris, ficando na 11ª colocação.
Outro competidor é o jovem Arthur Monteiro Curvo (AABB-MT), de apenas 20 anos, 6º colocado no Mundial Sub-20 de Lima, melhor resultado do Brasil. Arthur foi medalha de bronze no Troféu Brasil 2024, no fim de junho, com sua melhor marca pessoal: 72,22 metros (2024, em São Paulo). O lançador é natural de Vilhena (RO), e treina em Cuiabá (MT), com Elias Neves Ramos, mesmo treinador de Luiz Maurício. Arthur só tem marcas inferiores aos destaques do dardo brasileiro, o finalista olímpico Luiz Maurício da Silva (Praia Clube-Exército-Futel- -MG), recordista sul-americano, e o também olímpico Pedro Nunes (EC Pinheiros-SP) - ambos têm 25 anos.