Papa morreu na manhã desta segunda-feira, um dia após a Páscoa e durante as festividades do Jubileu católico
Em coletiva de imprensa, o cardeal afirmou que o primeiro sentimento sobre o pontificado de Francisco é de gratidão por ele ter devolvido “fundamentos necessários para nossa Igreja” (Foto: Jeiza Russo/A CRÍTICA)
O arcebispo metropolitano de Manaus, Dom Leonardo Steiner, lamentou o falecimento do Papa Francisco, cuja morte foi anunciada pela Igreja Católica na manhã desta segunda-feira (21). Em coletiva de imprensa, o cardeal afirmou que o primeiro sentimento sobre o pontificado de Francisco é de gratidão por ele ter devolvido “fundamentos necessários para nossa Igreja”.
Além da humildade, o pontificado do Papa Francisco se destacou pela defesa da natureza, da “casa comum” de todos, como deixado claro por ele na carta encíclica Laudato Si – Louvado Seja, em português – lançada em 2015, meses antes da COP-21 em Paris, na qual Dom Leonardo esteve presente junto à delegação da Santa Sé.
“Em todas as falas se mencionava Laudato Si. Quer dizer, a Igreja toda que despertou para essa grandeza da necessidade de cuidarmos da Mãe Terra, ou da Irmã Terra. E nós somos tão profundamente agradecidos, porque Papa Francisco tinha um carinho tão grande pela Amazônia, pelo pulmão da Terra, mas especialmente pelos seus povos, nós, e os povos originários. Cada vez que encontrava com ele, ele sempre perguntava: e a nossa Amazônia, como vai? A querida Amazônia, como está”, relembra o cardeal.
Presente na coletiva, o bispo auxiliar Dom Zenildo Lima destacou que a Igreja Católica, com Francisco à frente nos últimos anos, foi conduzida a se reaproximar das populações empobrecidas e descartadas. O pontífice precedeu a todos em “atitudes, posturas e até procedimentos canônicos”.
“Ele nos precedeu como peregrinos nesta sensibilidade, como ressaltou Dom Leonardo, à casa comum e escancarou as portas da Igreja, como queria São João Paulo III, para que o amor de Cristo alcançasse todos os homens e mulheres. Ele nos precedeu como peregrino da esperança no Jubileu apenas convocado e que estamos vivenciando. Ele sempre nos precede em todas as experiências de sua peregrinação no mundo, da sua acolhida de populações mais fragilizadas. Agora, o Papa nos precede no céu”, disse.
Ao lado de Dom Leonardo, o bispo auxiliar Dom Zenildo Lima. Foto: Jeiza Russo
Durante seu pontificado, o Papa Francisco – nascido Jorge Mario Bergoglio – se destacou por grandes mudanças na Igreja Católica, principalmente no acolhimento a refugiados e pessoas homoafetivas, as quais deveriam ser acolhidas, não sumariamente condenadas. Dom Leonardo avaliou que essas expressões de misericórdia não dever esquecidas.
Francisco também se destacou pela sua postura diante das mulheres. O arcebispo manauara lembra que o Papa escolheu uma religiosa para ser a prefeita do Vaticano pela primeira vez: Irmã Simona Brambilla, que foi superiora geral das Missionárias da Consolata e escolhida por Francisco para ser prefeita do Dicastério para a Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
Foi também em seu pontificado que, pela primeira vez, foi nomeado um cardeal para a Amazônia, sendo o primeiro de todos justamente o arcebispo Dom Leonardo Steiner em 2022.