Valor é a soma dos novos salários de ex-vereadores que não conseguiram se reeleger e foram nomeados para cargos na Câmara Municipal e prefeitura
Da esquerda para a direita, de cima para baixo: Reizo Castelo Branco, Alonso Oliveira, Fransuá, Wallace Oliveira, Antônio Peixoto e Isaac Tayah. (Foto: Divulgação/Arquivo/Câmara Municipal)
Após deixarem a Câmara Municipal de Manaus (CMM), seis ex-vereadores ganharam cargos de confiança na Prefeitura de Manaus, enquanto outros ingressaram na lista de nomeações da Câmara Municipal de Manaus (CMM). Ao final do ano de 2025, caso permaneçam em seus cargos, os nomeados terão recebido, juntos, mais de R$ 1,38 milhão, sem contar possíveis gratificações.
O caso mais recente que repercutiu na imprensa foi o do ex-vereador Reizo Castelo Branco (Avante), filho do ex-deputado Sabino Castelo Branco, que foi nomeado Diretor de Projetos Especiais da casa legislativa. Fora da CMM desde 2021, Reizo concorreu ao cargo de vereador em 2024 pela sigla do prefeito reeleito David Almeida (Avante), mas recebeu apenas 2.593 votos, tendo a 12ª suplência do partido e uma chance mais do que remota de assumir o cargo de vereador nesta legislatura.
No entanto, na última sexta-feira (3), o presidente eleito da CMM, vereador David Reis (Avante), o nomeou para o cargo de diretor. Com salário de R$ 17,6 mil e auxílio-alimentação de R$ 1.468,11, o ex-vereador receberá mensalmente mais de R$ 19 mil, equivalente a R$ 229,7 mil por ano.
Na Prefeitura de Manaus, seis ex-vereadores foram nomeados para cargos após perderem as eleições em 2024. Na última sexta-feira, o médico Isaac Tayah (MDB) foi nomeado diretor de Vigilância Sanitária, cargo que faz parte da estrutura organizacional da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Com R$ 800 de remuneração oficial e R$ 7,2 mil de gratificação por representação, Tayah receberá R$ 8 mil ao mês, equivalente a R$ 96 mil ao ano.
Antes, já no dia 1º de janeiro, os ex-vereadores Fransuá (PSD) e Alonso Oliveira (Agir) foram nomeados como titulares das secretarias municipais de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mudança do Clima (Semmasclima) e do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi), respectivamente. Os dois terão uma remuneração mensal de R$ 27 mil, totalizando R$ 324 mil em doze meses.
No dia 2 de janeiro, Wallace Oliveira (DC) foi nomeado como o novo Ouvidor-Geral do Município, cargo pertencente à Controladoria-Geral do Município e que até pouco tempo era ocupado pelo ex-deputado Nonato Oliveira. O ex-vereador Antônio Peixoto (PSD), que perdeu o mandato após seu antigo partido, o Agir, ter a chapa de vereadores cassada por fraude à cota de gênero, foi nomeado como vice-presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb). Os dois cargos, de acordo com o Portal da Transparência, recebem mensalmente R$ 17 mil, totalizando R$ 204 mil para cada um em doze meses.
A reportagem procurou a Prefeitura de Manaus e a CMM para que comentassem as críticas contra as nomeações dos ex-vereadores, mas não obteve posicionamento até o fechamento da edição.
Outro ex-parlamentar que deve ocupar uma pasta é Sassá da Construção Civil (PT), cotado para assumir a Secretaria Extraordinária, função exercida nos últimos tempos pelo também ex-vereador Amauri Colares. A informação foi confirmada por David Almeida durante coletiva de imprensa no dia 1º de janeiro.
A nomeação de Sassá, nome eleitoral de Cícero Custódio, ainda não foi publicada no Diário Oficial do Município. Caso assuma o cargo, o petista terá uma remuneração mensal de R$ 27 mil.
Um nome que pode figurar nas pastas do Governo do Amazonas é o do agora ex-vereador Caio André (União), primeiro presidente da CMM a não se reeleger enquanto estava no exercício da função. Segundo apurou a coluna Sim&Não em novembro do ano passado, o político tem chances de ocupar cargos na Secretaria de Estado de Cultura (SEC), Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), Fundação Amazonas de Alto Rendimento (Faar) ou o Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM).
O ex-vereador já ocupou o cargo de secretário de Juventude, Esporte e Lazer durante o primeiro mandato do governador Wilson Lima (União), sendo nomeado em 2019.